quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A CHINA ESTÁ POLUÍDA!

Cientistas temem que poluição da China chegue aos EUA


Depois de, no fim-de-semana passado, a poluição na China ter atingido níveis máximos, a NASA revela fotografias aéreas do fenómeno e investigadores americanos preocupam-se com a possibilidade de o ar poluído atingir os EUA. Em Pequim, usam-se máscaras e fazem-se piadas sobre o assunto.
Um grupo de investigadores americanos da Universidade de Washington-Bothell, em Seattle, Washington, tem estudado a forma como a poluição se move pelo mundo. Uma vez que não existem fronteiras para a poluição atmosférica e como as partículas poluentes depois de emitidas nunca mais desaparecem, os cientistas dizem que a massa de ar poluído que afectou a China poderá atingir os Estados Unidos.
Segundo o professor de química atmosférica e ambiental daquela universidade, Dan Jaffe, as correntes de ar sentidas nas latitudes médias do Hemisfério Norte fazem com que a poluição chinesa possa vir a atravessar o oceano Pacifico pelo que – se as condições atmosféricas se mantiverem - substâncias como mercúrio, ozono, enxofre, óxidos de azoto, carbono e poeira do deserto podem alcançar a costa oeste dos Estados Unidos em poucos dias. Um dos exemplos recentes que melhor ilustra esta situação é as tempestades de areia provenientes do deserto Gobi que, em 1998 e 2001, transportaram vários poluentes para os EUA.
Os níveis de poluição em Pequim atingiram valores na ordem dos 400 microgramas por metro cúbico de ar, segundo leituras oficiais chinesas e foram considerados perigosos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As autoridades alertaram para que as pessoas – sobretudo idosos e crianças - permanecessem dentro dos edifícios e, nas zonas mais afectadas, as auto-estradas foram cortadas e a prática de actividades ao ar livre proibida.
Poluição com piadas
Esta segunda-feira, os níveis de poluição baixaram para 281 microgramas por metro cúbico, o que a televisão estatal chinesa CCTV, que avançou a notícia, classificou como “uma melhoria evidente”. Embora estes valores ainda sejam considerados não saudáveis pela OMS, a população de Pequim reagiu de uma forma positiva e não tem perdido o sentido de humor.

Nas redes sociais, particularmente no Twitter, as piadas relativas às condições do ar na capital chinesa multiplicavam-se. “A distância mais longa no mundo não é a distância entre a vida e a morte, mas o facto de não me conseguires ver quando eu estou ao teu lado numa rua em Pequim”, escreveu um chinês.
Na Internet, os utilizadores referem-se geralmente a Pequim como Capital of Smog (capital do nevoeiro e do fumo, em português) e alguns chegam a sugerir este como o momento ideal para o bilionário chinês Chen Guangbiao colocar à venda a sua invenção extravagante, que há alguns meses deu que falar: ar fresco engarrafado.
O antes e o durante
A agência espacial norte-americana NASA divulgou esta semana fotografias aéreas antes e durante a onda de poluição que atingiu a China. Com 11 dias de intervalo (3-14 de Janeiro), as imagens satélite foram tiradas exactamente da mesma posição.

Na fotografia do dia 14 de Janeiro vê-se um nevoeiro extenso e nuvens baixas, “com um toque cinzento ou amarelo devido à poluição atmosférica”, lê-se no site da NASA. Nas áreas sem nuvens, um nevoeiro cinzento-acastanhado mancha as cidades de Pequim e Xangai. As áreas terrestres visíveis estão cobertas de neve. No momento em que a imagem satélite foi capturada, a leitura da embaixada dos Estados Unidos indicava níveis de poluição de 291 microgramas por metro cubico de ar. 
FONTE: http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/chineses-fazem-piadas-sobre-a-poluicao-1581050#/3

Carros velhos seriam os vilões da poluição na China


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Um surto de poluição em Pequim e outras cidades chinesas gerou preocupação com a fumaça dos veículos no centro do maior mercado automobilístico do mundo, mas analistas dizem que caminhões e carros mais velhos — e não carros novos de passageiros — são os vilões do problema da poluição na China.
A China ultrapassou os Estados Unidos em 2009 como o maior mercado de automóveis por quantidade de veículos novos vendidos. No ano passado, os chineses compraram 19,3 milhões de veículos, um número que a Associação de Fabricantes de Automóveis da China, uma entidade semioficial, prevê que subirá 7% este ano.
Quatro dias seguidos de poluição severa em grandes áreas da China desviou a atenção para indústrias que contribuem para o problema da poluição no país, inclusive montadoras, empresas de energia, usinas de aço e outras companhias.
A China tem menos carros nas ruas que os EUA: 92,7 milhões contra cerca de 245 milhões. Mas, segundo o Ministério de Proteção Ambiental da China, somente 5,7% dos veículos chineses estão dentro do padrão mais rigoroso do país, de grau IV, que limita emissões tóxicas dos veículos, incluindo gases do efeito estufa e minúsculas partículas conhecidas como PM2,5.
A maioria está dentro de padrões de emissão inferiores. Os 10% dos veículos que não se enquadram nem no padrão de emissão mínimo, de grau I, respondem por 40% do total de emissão dos principais poluentes, afirmou o ministério.
A revolta do público com esse surto recente de poluição também poderia encorajar o governo a reavaliar seus outrora ambiciosos planos de adotar veículos elétricos, o qual anda parado ultimamente.
No longo prazo, a crise de poluição atual talvez leve o governo a repensar sua política para a tecnologia de veículos elétricos, disse Bill Russo, fundador e presidente da Synergistics Ltd., uma consultoria do setor automobilístico, e ex-executivo da Chrysler. "Se a poluição está se tornando um problema muito visível, isso poderia mudar a atitude em relação a outras alternativas" como diesel limpo e motores híbridos convencionais, disse ele.
No ano passado, o Conselho de Estado, que é o gabinete chinês, disse que espera que a produção anual de carros puramente elétricos e veículos híbridos do tipo "plug-in" chegue a 500.000 até 2015 e a 5 milhões até 2020. Mas o progresso tem sido lento nas etapas mais imediatas.
"Embora isso possa representar apenas 5% do custo total, os fabricantes de motores dizem que é o suficiente para ter um impacto significativo nas vendas", disse ele.Por exemplo, a China adiou duas vezes o lançamento nacional de padrões de emissão mais rigorosos diante da oposição da indústria de refino. Padrões mais rígidos também foram recebidos com resistência pelos fabricantes de motores para caminhões e os compradores destes veículos. O consultor Stephen Dyer, da A. T. Kearney, estima o custo adicional para que os fabricantes cumpram as regras mais rígidas em cerca de 10.000 yuans (perto de US$ 1.600) por motor.
O Ministério do Ambiente afirmou, em janeiro de 2012, que o padrão Nacional IV seria aplicado a veículos com motores a diesel a partir de julho deste ano. A China tem outras opções, como promover a aposentadoria de veículos velhos.
No ano passado, a cidade de Pequim ofereceu incentivos financeiros para os proprietários que se livrassem de carros velhos. Mas as quantias foram modestas: até cerca de 16.000 yuans para os carros maiores.
Lin Huabin, gerente da firma IHS para previsão de vendas de veículos na China, considera esses incentivos "um começo" para se aumentar a taxa de aposentadoria de veículos velhos, que no momento está em torno de 3% do total de veículos registrados, muito menor que os cerca de 8% dos EUA. Lin disse que é "bem possível" que outras cidades chinesas sigam o exemplo de Pequim.
Esse último caso de poluição também poderia levar mais cidades chinesas a introduzir limites para compra de automóveis. No ano passado, a cidade de Cantão, no sul, e de Guiyang, no sudoeste, se juntaram a Pequim e Xangai ao estabelecer restrições para aliviar as condições do trânsito e limitar a poluição do ar. Não está claro se tais iniciativas poderiam especificamente causar uma queda nas vendas de veículos. Janet Lewis, analista da Macquarie Securities, disse que ela não esperava mais limites à compra de veículos como consequência da onda recente de poluição.
Pequim tinha cerca de cinco milhões de veículos nas ruas no fim de 2011, ou 260 veículos por 1.000 habitantes. No fim do mesmo ano, Cantão tinha 2,33 milhões de veículos nas ruas, ou 180 por 1.000 habitantes, segundo um centro de estudos de Cantão afiliado ao governo.
Há mais de 800 veículos registrados para cada quilômetro de via em Pequim, segundo dados da prefeitura de cidade, comparado com 306 veículos em Hong Kong e 520 veículos em Xangai.
FONTE: http://online.wsj.com/article/SB10001424127887324734904578244151771993088.html

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