SÍNDROME DE BURNOUT
Síndrome de
Burnout
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Síndrome de
Burnout é um distúrbio
psíquico de caráter
depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por
Herbert J. Freudenberger como "(…)
um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à
vida profissional".[1]
Descrição
A síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por
completo), também chamada de síndrome do esgotamento profissional, foi assim
denominada pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, após constatá-la em
si mesmo, no início dos anos 1970.
A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única. O
desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase
importante da síndrome: o portador de Burnout mede a auto-estima pela
capacidade de realização e sucesso profissional. O que tem início com
satisfação e prazer, termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse
estágio, necessidade de se afirmar, o desejo de realização profissional se
transforma em obstinação e compulsão.[1]
Estágios
São doze os estágios de Burnout:
§ Necessidade
de se afirmar
§ Dedicação
intensificada - com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho;
§ Descaso
com as necessidades pessoais - comer, dormir, sair com os amigos começam a
perder o sentido;
§ Recalque
de conflitos - o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o
problema. É quando ocorrem as manifestações físicas;
§ Reinterpretação
dos valores - isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre
desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da auto-estima é o
trabalho;
§ Negação
de problemas - nessa fase os outros são completamente desvalorizados e tidos
como incapazes. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os
sinais mais evidentes;
§ Recolhimento;
§ Mudanças
evidentes de comportamento;
§ Despersonalização;
§ Vazio
interior;
§ Depressão
- marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido;
§ E,
finalmente, a síndrome do esgotamento profissional propriamente dita, que
corresponde ao colapso físico e
mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica
uma urgência.[1]
Sintomas
Os sintomas são variados: fortes dores de cabeça, tonturas,
tremores, muita falta de ar, oscilações de humor, distúrbios
do sono, dificuldade de concentração, problemas digestivos. Segundo
Dr. Jürgen Staedt, diretor da clínica de psiquiatria e psicoterapia do complexo
hospitalar Vivantes,
em Berlim, parte dos pacientes que o procuram com
depressão são diagnosticados com a síndrome do esgotamento profissional. O
professor de psicologia do comportamento Manfred Schedlowski, do Instituto
Superior de Tecnologia de Zurique (ETH), registra o crescimento de
ocorrência de "Burnout" em ambientes profissionais, apesar da
dificuldade de diferenciar a síndrome de outros males, pois ela se manifesta de
forma muito variada: "Uma
pessoa apresenta dores estomacais crônicas, outra reage com sinais depressivos;
a terceira desenvolve um transtorno de ansiedade de forma explícita",
e acrescenta que já foram descritos mais de 130 sintomas do esgotamento
profissional.[1]
Burnout é geralmente desenvolvida como resultado de
um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para
recuperação. Pesquisadores parecem discordar sobre a natureza desta síndrome.
Enquanto diversos estudiosos defendem que burnout refere-se exclusivamente a uma
síndrome relacionada à exaustão e ausência de personalização no trabalho,
outros percebem-na como um caso especial da depressão clínica mais geral ou
apenas uma forma de fadiga extrema (portanto omitindo o componente de
despersonalização).
Trabalhadores da área de saúde são frequentemente propensos ao burnout. Cordes e Doherty (1993), em seu estudo sobre esses
profissionais, encontraram que aqueles que tem frequentes interações intensas
ou emocionalmente carregadas com outros estão mais suscetíveis.
Os estudantes são também
propensos ao burnout nos anos finais da escolarização
básica (ensino médio)
e no ensino superior;
curiosamente, este não é um tipo de burnout relacionado com o trabalho, mas com o
estudo intenso continuado com privação do lazer, de actividades lúdicas, ou de
outro equivalente de fruição hedónica. Talvez isto seja melhor compreendido
como uma forma de depressão. Os trabalhos com altos níveis de stress ou consumição, podem ser mais
propensos a causar burnout do que trabalhos em níveis normais de stress ou esforço. Policiais, Taxistas, bancários, controladores de tráfego
aéreo, engenheiros, músicos, professores e artistas parecem ter mais tendência ao burnout do que outros profissionais. Os médicos parecem ter a proporção mais elevada
de casos de burnout (de acordo com um estudo recente no Psychological Reports, nada
menos que 40% dos médicos apresentavam altos níveis de burnout)
A chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma
das consequências mais marcantes do estresse ou desgaste profissional, e se
caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, O termo Burnout é uma composição de burn=queima e out=exterior, sugerindo assim
que a pessoa com depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos
(até como defesa emocional). esse tipo de estresse consome-se física e
emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço.
Essa síndrome se refere a um tipo
de estresse ocupacional e institucional com predileção para profissionais que
mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas, principalmente quando
esta atividade é considerada de ajuda (médicos, enfermeiros, professores).
Bancários também podem estar sofrendo dessa síndrome, pois lidam com outras
pessoas e sofrem com os problemas financeiros dos seus clientes por diversas
vezes. Totalmente adversos dos banqueiros, os bancários são trabalhadores que
vivem a angústia do cliente e não conseguem ter a visão de que eles são apenas
consumidores.
Outros autores, entretanto,
julgam a Síndrome de Burnout algo diferente do estresse genérico.
de modo geral, esse quadro é considerado de apatia extrema e desinteresse, não
como sinônimo de algum tipo de estresse, mas como uma de suas consequências
bastante sérias.
De fato, esta síndrome foi
observada, originalmente, em profissões predominantemente relacionadas a um
contacto interpessoal mais exigente, tais como médicos, psicólogos,
carcereiros, assistentes sociais, comerciários, professores, atendentes
públicos, enfermeiros, funcionários de departamento pessoal, telemarketing e bombeiros. Hoje, entretanto, as observações já
se estendem a todos profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, que
cuidam ou solucionam problemas de outras pessoas, que obedecem técnicas e
métodos mais exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas à
avaliações.
Definida como uma reação à tensão
emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e desgastante ou
estressante com o trabalho, essa doença faz com que a pessoa perca a maior
parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixam
de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil.
Entre os fatores aparentemente
associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho
profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de
relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família,
sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.
Alguns autores defendem a
Síndrome de Burnout como sendo diferente do estresse,
alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas com relação aos
usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o estresse apareceria mais
como um esgotamento pessoal com interferência na vida do sujeito e não
necessariamente na sua relação com o trabalho. Outros julgam essa Síndrome de Burnout seria a consequência mais depressiva
do estresse desencadeado pelo trabalho.
A Síndrome de "Burnout" em
Professores
A burnout de professores é conhecida como uma
exaustão física e emocional que começa com um sentimento de desconforto e pouco
a pouco aumenta à medida que a vontade de lecionar gradualmente diminui.
Sintomaticamente, a burnout geralmente se reconhece pela ausência
de alguns fatores motivacionais: energia, alegria, entusiasmo, satisfação,
interesse, vontade, sonhos para a vida, idéias, concentração, autoconfiança e
humor.
Um estudo feito entre professores
que decidiram não retomar os postos nas salas de aula no início do ano escolar
na Virgínia, Estados Unidos, revelou que entre as grandes causas de estresse
estava a falta de recursos, a falta de tempo, reuniões em excesso, número muito
grande de alunos por sala de aula, falta de assistência, falta de apoio e pais
hostis. Em uma outra pesquisa, 244 professores de alunos com comportamento
irregular ou indisciplinado foram instanciados a determinar como o estresse no
trabalho afetava as suas vidas. Estas são, em ordem decrescente, as causas de
estresses nesses professores:
§ Políticas
inadequadas da escola para casos de indisciplina;
§ Atitude e
comportamento dos administradores;
§ Avaliação
dos administradores e supervisores;
§ Atitude e
comportamento de outros professores e profissionais;
§ Carga de
trabalho excessiva;
§ Oportunidades
de carreira pouco interessantes;
§ Baixo status da profissão de professor;
§ Falta de
reconhecimento por uma boa aula ou por estar ensinando bem;
§ Alunos
barulhentos;
§ Lidar com
os pais.
Os efeitos do estresse são
identificados, na pesquisa, como:
§ Sentimento
de exaustão;
§ Sentimento
de frustração;
§ Sentimento
de incapacidade;
§ Carregar
o estresse para casa;
§ Sentir-se
culpado por não fazer o bastante;
§ Irritabilidade.
As estratégias utilizadas pelos
professores, segundo a pesquisa, para lidar com o estresse são:
§ Realizar
atividades de relaxamento;
§ Organizar
o tempo e decidir quais são as prioridades;
§ Manter
uma dieta equilibrada ou balanceada e fazer exercícios;
§ Discutir
os problemas com colegas de profissão;
§ Tirar o
dia de folga;
§ Procurar
ajuda profissional na medicina convencional ou terapias alternativas.
Quando perguntados sobre o que
poderia ser feito para ajudar a diminuir o estresse, as estratégias mais
mencionadas foram:
§ Dar tempo
aos professores para que eles colaborem ou conversem;
§ Prover os
professores com cursos e workshops;
§ Fazer
mais elogios aos professores, reforçar suas práticas e respeitar seu trabalho;
§ Dar mais
assistência;
§ Prover os
professores com mais oportunidades para saber mais sobre alunos com
comportamentos irregulares e também sobre as opções de programa para o curso;
§ Envolver
os professores nas tomadas de decisão da escola e melhorar a comunicação com a
escola.
Como se pode ver, o burnout de professores relaciona-se estreitamente
com as condições desmotivadoras no trabalho, o que afeta, na maioria dos casos,
o desempenho do profissional. A ausência de fatores motivacionais acarreta o
estresse profissional, fazendo com que o profissional largue seu emprego, ou,
quando nele se mantém, trabalhe sem muito apego ou esmero.
O "Burnout" em Enfermeiros
Os enfermeiros, pelas
características do seu trabalho, estão também predispostos a desenvolver burnout.Esses profissionais
trabalham diretamente e intensamente com pessoas em sofrimento.
Particularmente os enfermeiros
que trabalham em áreas como oncologia, a psiquiatria e a medicina, muitas vezes
se sentem esgotados pelo fato de continuamente darem muito de si próprios aos
seus doentes e, em troca, pelas características da doença, receberem muito
pouco.
Luís Sá (2006), num estudo
realizado com 257 enfermeiros de oncologia, verificou que estes profissionais
se encontravam mais desgastados emocionalmente quando comparados com
enfermeiros de outras áreas.
Um dos principais fatores encontrados
da origem do burnout, foi
a falta de controle sobre o trabalho. Faz-se necessário, ainda, acrescentar que
nos territórios da Saúde, a Síndrome de Burnout adquire aspectos mais complexos
pelo fato de agregar valores oriundos dos sistemas de saúde que se alimentam de
perspectivas utópicas que interferem, diretamente, no trabalho do enfermeiro.
Currículos, diretrizes, orientações e demais processos burocráticos acabam por
disseminar discussões que sempre acabam acumulando estresse nas práticas profissionais
e, consequentemente, envolve o enfermeiro e sua práxis. A sociedade, por sua
vez transfere responsabilidades extras ao enfermeiro, sobrecarregando-o e
inculcando-lhe papéis que não serão desempenhados com a competência necessária.
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