sexta-feira, 9 de agosto de 2013

É POSSÍVEL SIM, VIVER SEM DINHEIRO! PRECISAMOS APENAS DE CORAGEM E RENÚNCIA!



Mark Boyle é um irlandês de 32 anos que decidiu romper com a sociedade atual e o que considera seu principal símbolo: o dinheiro. Formado em administração de empresas, há 4 anos ele tomou uma atitude radical e passou a viver sem um tostão no bolso. Ele mora no campo, come o que planta, toma banho em um rio, cozinha em uma fogueira e abdicou das mordomias da vida moderna. E tem mais: ele quer que você também siga seu estilo de vida.

Boyle tomou essa decisão depois de ver como estamos levando o planeta para o buraco. Segundo o ativista, nossa economia estaria destruindo a natureza e arruinando a vida de nossos semelhantes. E a culpa de tudo estaria no dinheiro, que cria uma distância entre o homem e os produtos que ele consome. “Não vemos o efeito de nossas compras no ambiente. Não sabemos por quais processos os produtos passaram, quais os danos que eles causaram. Não sabemos mais como o que consumimos é produzido”, disse à GALILEU.

Apesar de evitar a civilização moderna, Boyle não é nenhum ermitão. De um computador carregado a energia solar, ele mantém um blog atualizado para propagar as suas idéias e juntar possíveis adeptos. Em 2010, ele lançou o livro The Moneyless Man (que vai ser lançado em julho no Brasil pela editora Best Seller, com o título de O homem sem grana). Até o final do ano, ele deve lançar mais um livro no Reino Unido.

Há 6 meses, Boyle retrocedeu um pouco em suas convicções e voltou a lidar com o vil metal. Mas ele diz que tem um objetivo nobre: vai construir uma comunidade que siga seu estilo de vida, onde todos terão acesso aos alimentos, e o dinheiro não terá valor algum. Durante uma visita à casa dos pais, para onde foi de carona, Mark Boyle conversou por telefone com a revista GALILEU. Foi um lance de sorte, já que ele se livrou de seu celular no ano passado. Veja a entrevista:
Editora Globo
Boyle se alimenta de frutas que ele mesmo colhe.
Quanto tempo você viveu sem dinheiro?

Foram dois anos e meio, quase três. Eu vivi num pedaço de terra, onde cultivava minha própria comida. Eu uso um pouco de energia solar para o meu laptop, que é o único modo de me comunicar com o resto do mundo - eu tenho que conseguir mostrar às pessoas que é possível viver sem dinheiro. Tomo banhos em um rio aqui perto. Uso materiais da natureza no meu dia-a-dia: escovo meus dentes com ossos de animais misturados com sementes.

Mas como é sua rotina? Como foi seu dia hoje, por exemplo?

Foi bem normal na verdade, sempre me fazem essa pergunta. Eu coletei frutas, tomei banho no rio... Tem alguns dias que passo inteiro plantando, outros colhendo. Em alguns outros eu recolho lenha. Daí volto a plantar. Meu dia-a-dia é basicamente ir atrás das coisas essenciais sem gastar dinheiro. E isso exige habilidades muito básicas. Além dessas coisas, também fico cuidando da comunicação, falando com a mídia. Sabe, minha história fez sucesso nos jornais daqui e acabei dando muitas entrevistas. Escrevo bastante, acabei de terminar de escrever um segundo livro que será lançado no final do ano. Mas, ao mesmo tempo em que cuido dessas coisas, tenho que sobreviver.

O que fez você seguir esse estilo de vida?

Eu estava em uma época de questionamentos, pensando sobre todos os problemas do mundo: destruição das florestas, trabalho forçado, extinção dos recursos da natureza. Estava pensando nos problemas ecológicos e sociais, em quais deles eu poderia trabalhar, e percebi que todos têm um denominador em comum. Eles são causados pelos vários graus de separação entre o consumidor e o que ele consome. A gente não sabe por quais processos os produtos passam, quais os danos que eles causam. Não sabemos mais como o que consumimos é produzido. Aí eu percebi que o dinheiro era um fato muito importante dentro disso, ele nos separa do que consumimos.

Minha primeira ideia foi falar sobre as conseqüências do uso do dinheiro, porque todos sabemos de seus benefícios, mas ninguém fala de suas conseqüências. Mas depois de 6 meses discorrendo sobre isso, vi que eu deveria dar o exemplo. Acredito muito na frase de Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Se eu vou falar disso, o mínimo que eu deveria fazer é viver isso. Acho que dinheiro nos causa danos de várias formas. Combinado com outros fatores econômicos, como a divisão do trabalho e economia de larga escala, está destruindo a natureza, porque não vemos os efeitos de nossas compras no ambiente.
Você é formado em administração de empresas. Isso tem alguma coisa a ver com o rumo que tomou?

Claro. Compreender como tudo funciona foi muito crucial. Quanto mais você entende de economia e dos processos envolvidos, mais você percebe que é insustentável. Durante 4 anos estudando economia, eu nunca ouvi falar do mundo real. Ninguém fala de pessoas, solo, oceanos, florestas. Só aprendemos teorias e equações, sem nos importar com o mundo real e com o fato de o estarmos destruindo. Isso me deu uma ideia das falhas básicas do nosso modelo econômico. O que estou tentando fazer é criar uma nova história, explorar um novo modelo que não seja tão dependente do dinheiro, baseado na comunidade e na relação com a terra.
Editora Globo
Mark Boyle toma uma chícara de chá.
O que sua família pensou dessa mudança?

Eles me deram muito apoio. De inicio, eles não falaram muito sobre isso, porque foi uma mudança muito súbita. Mas hoje eles me dão apoio total, vêem que o mundo fica cada vez pior. Quanto mais conversamos, mais eles percebem que nos próximos cem anos as coisas vão ficar muito difíceis, inclusive para seus futuros netos.

Nos últimos meses você voltou a lidar com dinheiro. Por quê?

Estamos começando um projeto de comunidade onde possamos viver 100% da terra. Onde possamos viver de um modo que não haja trocas. Vamos plantar comida e dar cursos para quem não souber plantar. Os cursos serão livres. As pessoas que forem para os cursos também irão produzir as comidas nessa terra. Queremos mostrar um outro modo de viver junto, de produzir as comidas de que precisamos. A intenção não é só reduzir nosso impacto no planeta, mas queremos fazer uma economia baseada no “dar”. Não acreditamos no “dar” condicional, que é o “trocar”, o “eu te dou isso se você me der aquilo”. Esse é um jeito muito cruel de viver. Não precisamos sempre receber algo em troca.

Você acha seu movimento vai ganhar mais adeptos? 
Em 2008, quando a crise estourou, o movimento cresceu muito. E agora cresce bastante em países como Grécia e Portugal. É interessante ver que, quando a economia normal se deteriora, as pessoas começam a procurar por outros modos de viver. Estamos crescendo bem rápido. Quando tudo começa a dar errado, as pessoas procuram por um modo de se salvar. É por isso que estou tão ocupado hoje em dia, as pessoas querem saber sobre isso. Muitos querem saber como viver sem dinheiro, já que não têm dinheiro.

E você acha que dá pra todo mundo viver assim?

Acho que precisamos de uma transição. Precisamos mostrar as conseqüências ecológicas e sociais de nossa economia atual. Acredito que as pessoas vão entender que largar o dinheiro é o único jeito sustentável de viver. Acho que viveremos uma transição para sermos menos dependentes do dinheiro, para restabelecermos nossa conexão com a comunidade e com a terra sob nossos pés.



O antigo empresário inglês desiludido com o sistema que vive há dois anos e meio sem dinheiro, Mark Boyle, disse que já tem seguidores, desde que lançou um livro sobre a sua experiência.
Em entrevista telefónica à Lusa, um dos oradores do evento TEDx programado para segunda-feira no Porto referiu que o livro The Moneyless Man (O homem sem dinheiro), em que relata o primeiro ano de vida fora da economia monetária, levou a que várias outras pessoas começassem experiências idênticas.
«Há já várias pessoas a fazerem o mesmo. Parece-me que cada vez mais e mais pessoas estão a viver sem dinheiro», referiu, explicando que «há dois níveis: as pessoas que vivem sem dinheiro nenhum e as que criam condições para viver com o mínimo dinheiro possível».
Mark Boyle, formado em economia, reconheceu que «99,9 por cento das pessoas não querem viver sem dinheiro imediatamente», pelo que o que tem feito, através da organização que criou, The Freeconomy Comumunity, é ajudar os outros a reduzir a sua dependência do dinheiro.
«Cultivo a minha própria comida, lavo no rio, criei a minha própria energia, faço os meus móveis com a minha madeira», referiu, explicando que para cada actividade teve de encontrar uma solução que não implicasse usar dinheiro.
Mark Boyle garantiu que é muito mais feliz agora, apesar de a sua vida social ser «muito diferente do que era».
«Não sou casado, mas não diria que vivo só. Tecnicamente, vivo só, mas recebo muitas visitas, de pessoas que querem passar algum tempo comigo. Vivo numa parte muito bonita do país», salientou.
Com os visitantes ocasionais, cozinham, fazem fogueiras e tocam música, o que torna a vida de Mark menos solitária.
«A minha vida social, em alguns aspectos, é muito boa. É claro que é muito diferente da vida social que tinha quando vivia na cidade e tinha um bom emprego. Já não vou a bons restaurantes e pubs, mas continuo a ter imensos amigos. Nunca fui tão feliz, para ser honesto. Têm sido os tempos mais felizes da minha vida», frisou.
Mark Boyle vive numa roullote junto a uma quinta próximo de Bristol, Inglaterra, desloca-se de bicicleta e tem um computador alimentado a energia solar.
Defende o regresso à economia de troca e partilha, e considera que o mal-estar social e ambiental vem da falta de ligação das pessoas à produção dos bens que utilizam e consomem.
A presença de Mark Doyle no TEDx Porto despertou a atenção de pessoas vários países, como Bangladesh, Grécia e Brasil, que se deslocam a Portugal de propósito para aproveitar uma ocasião rara de ouvir o «homem sem dinheiro».
Manuel Forjaz, organizador do evento, disse à agência Lusa que esta é a primeira vez que Mark Doyle vai falar sobre a sua experiência fora da Inglaterra.



Viver sem dinheiro

Em Utah, um troglodita moderno vive sem dinheiro há quase mais de uma década. Costumavam pensar que ele era louco. Agora pensam que talvez seja santo.


Daniel Suelo vive numa caverna. Ao contrário da maioria dos americanos - cheios de dívidas de cartões de crédito, aprisionados pela amortização da casa, apavorados de perder o emprego, ele não se preocupa com a crise económica pois descobriu que a melhor maneira de permanecer rico é nunca ser rico em primeira instância. Há 12 anos, no Outono de 2000, Suelo decidiu deixar de usar dinheiro. Deixou o dinheiro como um drogado deixaria, de uma vez por todas, o vício da droga.

A sua caverna, escondida bem alto num canyon com quedas d'água por perto, fica a 1 hora a pé de Utah, uma cidade no deserto de Mojave. O blog de Suelo, mantido de graça na Biblioteca Pública, sugere que ele tem um pouco de santo e um pouco de louco.

"Quando eu vivia com dinheiro, estava-me sempre faltando alguma coisa", ele escreve. "O dinheiro representa a falta; representa coisas no passado (dívida) e coisas no futuro (crédito), mas nunca representa o presente". 

Foi num dia quente de primavera que descobri a sua caverna, onde encontrei uma mensagem: Entre, come à vontade e serve-te de tudo que quiseres (nada daqui é meu).

Do lado de fora a caverna parecia uma lágrima escavada, bem pequena, com espaço suficiente apenas para umas panelas penduradas no teto, um "forno" construído debaixo de uma pedra, uns baldes cheios de feijão e arroz, uns cobertores no chão e praticamente mais nada. Há 3 anos que Suelo ali mora.

A noite cai e as estrelas brilham. Suelo é esguio e bronzeado. Ontem ele reconstruiu a entrada da sua caverna, arrastando rochas enormes para fazer uma escada. Suas mãos estão pretas da sujeira e o seu cabelo parece um ninho de pássaros, cheio de poeira.


Sorrindo, ele mostra os desperdícios que encontrou na sua visita semanal às ruas de Mojave: um par de luvas e um gorro de lã, um casaco de Inverno e um cinto branco de nylon ainda envolto em plástico, sandálias e um par de calças que está vestindo. Encontrou também latas de atum e peru e uma vela. Não se vive mal dos produtos desperdiçados pela sociedade de consumo. 

"Lá me conseguiste encontrar"
, diz ele. Ofereço-lhe um saco de maçãs e um bloco de queijo que comprei no supermercado mas de repente a oferta parece pequena.

Suelo acende a vela e faz uma fogueira. A gruta depressa aquece. Lembro-me de S. João Baptista, que sobreviveu no deserto comendo mel e gafanhotos.

Suelo nem sempre viveu assim. Saiu da Universidade de Colorado com uma licenciatura em antropologia, pensou tornar-se médico, ocupou postos de trabalho, teve dinheiro e contas bancárias. Em 1987, depois de vários anos como assistente de laboratório no hospital de Colorado, juntou-se ao Peace Corps e foi colocado numa aldeia no topo dos Andes, no Equador. Estava encarregado da saúde das tribos dessa área, ensinando primeiros socorros, nutrição e dando medicamentos quando necessário; o momento de que mais se orgulha foi quando ajudou a dar à luz três bebês.

A tribo vinha enriquecendo há já uma década, e durante os dois anos que Suelo lá esteve ele viu como os aldeãos começaram a adotar a economia da modernidade. Começaram pela primeira vez a vender os alimentos que produziam - quinoa, batata, milho, lentilhas -, e usavam o dinheiro que recebiam para comprar coisas de que não precisavam, ou seja, refrigerantes, farinha branca, açúcar refinado, aletria e grandes sacos de MSG para temperar as refeições. 

"Quanto mais gastavam
", diz Suelo, "mais a sua saúde declinava.A deterioração era vísivel e facilmente medida em gráficos que eu produzia. Era como se o dinheiro os estivesse empobrecendo." 

Em seguida Suelo mudou-se para Mojave, onde trabalhou num abrigo para mulheres durante 5 anos. Ele queria ajudar as pessoas, mas ser pago para ajudar parecia-lhe desonesto - até que ponto é verdadeira a ajuda que exige recompensa? A resposta estava, em parte, no cristianismo de sua infância, em que seguir Jesus significava adotar o estilo de vida prescrito no Sermão da Montanha.

"Abandonar as posses, viver além do crédito e dívida", explica Suelo em seu blog, "dando e recebendo gratuitamente, perdoando todas as dívidas, devendo nada a ninguém, vivendo e caminhando sem sentimentos de culpa... rancor [ou] superioridade." 

Se o objetivo era alcançar um estado de graça, então teria de ser de graça no sentido clássico, do latim gratia, significando favor, mas também, de graça, gratuitamente.

Em 1999, viveu num mosteiro budista na Tailândia - tinha poupado dinheiro apenas para o voo. Dali caminhou até à Índia, onde se viu na boa companhia dos sadhus, ascetas que vivem sem dinheiro. Os 5 milhões de sadhus podem ser encontrados andando pelas estradas e florestas por todo o subcontinente, buscando a iluminação através da auto-abnegação. 

"Eu queria ser um Sadhu"
, diz Suelo. "Mas que bem me faria ser um Sadhu na Índia? O verdadeiro teste de fé seria a regressar a uma das nações mais materialistas e devotas ao dinheiro do mundo e ser um Sadhu ali. Ser vagabundo na América e fazer disso uma arte - essa ideia encantou-me."

O ritual matinal é simples e lento: uma chávena de chá e um mergulho na água fria do riacho. Depois, um banho de sol e coleta de alimentos silvestres para o almoço. Entre as rochas encontramos plantas de mostarda, cujas folhas cruas são tão saborosas como a couve-flor, e perto do riacho onde Suelo vai buscar água encontramos folhas enormes de agrião e montes de cebolas selvagens.

Digo-lhe que viver sem dinheiro parece-me ser difícil. Ele diz-me que nunca passou sem uma refeição (amigos em Mojave dão-lhe às vezes de comer). Quanto a doenças, viu-se mal numa ocasião em que comeu um cacto que havia identificado incorretamente. Vomitou, ficou a delirar, pensou que ía morrer e chegou a escrever uma carta dirigida a quem encontrasse o seu cadáver. Mas ficou melhor.

"O objetivo é precisamente esse. As dificuldades são positivas, nós precisamos de desafios. O nosso corpo precisa de desafios, o nosso sistema imunológico precisa de desafios. As minhas dificuldades são simples e fáceis de gerir". 

Quando lhe digo que pago $2.400 por mês de renda de casa em Nova York, ele abana a cabeça. O que ficou por dizer foi que estava ali eu, escrevendo sobre ele a fim de ganhar dinheiro, para uma revista que depende, para sua sobrevivência, do dinheiro que obtém dos anúncios e da publicidade de um consumo conspícuo.

Ao preparar o jantar, Suelo diz-me que há uns anos atrás ele tinha um vizinho no canyon, um alcoólico que vivia numa caverna maior que a dele. O velho passava os dias buscando ouro no riacho e todos os meses conseguia dinheiro suficiente para comprar a cerveja que o mantinha bêbado. Suelo considera as riquezas que encontramos.

"E se víssemos o ouro pelo que é?" ele diz meditativamente. "O ouro é bonito mas é praticamente inútil. Alguém decidiu que tem valor, e toda a gente aceitou esta decisão. Os nativos das Américas pensavam que os europeus eram loucos por causa do seu desejo por uma substância amarela tão inútil." 

Sueo vai fritando o agrião, as folhas de mostarda e as cebolas selvagens, misturando amêndoas que apanhou no pomar de um amigo e manteiga de boa qualidade que alguém tinha deitado fora.

No topo da falésia, a vida de Sadhu parece razoável. Mas eu não quero viver numa caverna. Gosto de ter casa de banho e electricidade. No entanto, a verdade é que há uma beleza óbvia na simplicidade da subsistência. Nos dias de hoje não respeitamos os nossos ascetas e rejeitamos a ideia de que o dinheiro talvez seja uma espécie de alucinação consensual. Para a maioria de nós é tão real quanto o próximo pagamento de aluguel. Suelo não recebe assistência pública mas sobrevive parcialmente devido à nossa realidade, aos excessos descartados do sistema monetário que ele denuncia - um sistema que, recentemente, parece estar a caminho do precipício .

Suelo tem 48 anos mas não se preocupa com a velhice. "Vou fazer o que as criaturas têm feito por milhões de anos", diz ele. "Porque é que acham que morrer no deserto é triste mas que morrer na enfermaria geriátrica não?"Se quiserem, podem ler o original aqui.
Também podem ver e ouvir Suelo neste vídeo (em inglês).

Veja o vídeo:

CONHEÇA ALGUMAS PESSOAS QUE PENSAM COMO EU!

DALAI LAMA

Costumo chamar a alguns dos meus amigos "escravos do dinheiro". Sem um instante de repouso, extenuam-se correndo daqui para acolá... se essa atividade frenética apenas visa a satisfação de ambições pessoais, para finalmente ficarem extenuados e com a saúde arruinada, isso equivale a auto destruirem-se para nada.                                                    Dalai Lama


Arthur Schopenhauer


O dinheiro é a felicidade humana em abstracto; então, a pessoa que deixou de ser capaz de realmente desfrutar de felicidade humana dedica-se totalmente ao dinheiro.                                                                                                                                                                                              Arthur Schopenhauer




Provérbio Cree


Só quando a última árvore tiver morrido, o último rio envenenado e o último peixe capturado, é que iremos perceber que não podemos comer dinheiro.      Provérbio Cree




Lao Tzu


O sábio não acumula. Quanto mais ele faz pelos outros mais plena se torna a sua vida, quanto mais dá mais abundância gera.                                                                                          Lao Tzu




Tenzin Palmo

Uma das vantagens de termos nascido numa sociedade afluente é que se tivermos um mínimo de inteligência depressa nos apercebemos que possuir mais e mais não vai resolver o problema, e que a felicidade não está em possuir nem sequer em relações: a resposta está dentro de nós. Se não conseguirmos encontrar a paz e a felicidade no nosso interior, ela não virá do exterior.                                                                                                  Tenzin Palmo



Nossas vidas precisam ser guiadas por novos valores: simplicidade, austeridade, quietude, paz, saber escutar, saber viver juntos, compartir, descobrir e fazer juntos. Precisamos escolher entre um mundo mais responsável frente à cultura dominante que é uma cultura de guerra, do ruído, de competitividade sem solidariedade, e passar de uma responsabilidade diluída a uma ação concreta, praticando a sustentabilidade na vida diária.
A simplicidade não se confunde com a simploriedade e a quietude não se confunde com a cultura do silêncio. A simplicidade tem que ser voluntária como a mudança de nossos hábitos de consumo, reduzindo nossas demandas. A quietude é uma virtude, conquistada com a paz interior e não pelo silêncio imposto.                                                                   Moacir Gadotti



Peregrina de Paz

A simplificação da vida é um dos passos para a paz interior. Para mim isto começou com a descoberta da falta de significado das posses. Assim que me limitei às realmente necessárias comecei a sentir uma maravilhosa harmonia em minha vida. Não sou escrava da comodidade e da conveniência. Não seria peregrina se assim o fosse. Podemos permitir que as falsas crenças governem nossas vidas e escravizarmo-nos por elas. A maioria das pessoas não deseja ser livre. Prefere queixar-se...                                                            Peregrina da Paz



Gandhi

“Assim como não se deve receber, não se deve possuir nada que não seja realmente indispensável. Seria uma transgressão a esse princípio possuir alimentos, roupas ou móveis desnecessários. Por exem- plo, não se deve manter uma cadeira se for possível viver sem ela. A observância desse princípio leva à progressiva simplificação da própria vida.”
“A regra de ouro é se recusar resolutamente a ter o que milhões não podem ter. A capacidade de recusar não se apresentará a nós de repente. O primeiro passo é cultivar a atitude mental de não ter posses ou recursos negados a milhões; o segundo, reorganizar nossas vidas de acordo com essa mentalidade o quanto antes.”                                           Gandhi


Mahavira - Jainismo

Sabendo que a ganância não tem limites, que todo o arroz e cevada do planeta, todo o ouro e todos os animais da terra não seriam suficientes para satisfazer os desejos de um indivíduo, o sábio... conquista a cobiça e adquire o contentamento.                                Mahavira - Jainismo


Índio Navajo

Não podes ficar rico se tratares os teus pais corretamente. Não podes ficar rico sem enganares os outros. Aldrabar os outros é o caminho errado. Dessa forma só vais arranjar problemas. Os homens têm de ser honestos para se darem bem.                                                                                                                                    Índio Navajo



Everett Ruess

Deleito-me cada vez mais com a vida errante que levo. Prefiro a sela ao carro e o céu salpicado de estrelas a um teto, prefiro a trilha obscura e difícil, levando ao desconhecido, a qualquer auto-estrada e a paz profunda do deserto ao descontentamento gerado pelas cidades.                                                                                                                                                                   Everett Ruess

Há uma espécie de pobreza espiritual na riqueza que a torna semelhante à mais negra miséria.                                                                                                                                                                           Eurípedes

"Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansado de bagagens pesadas. Daqui para frente apenas o que couber no bolso e no coração."  
                                                                                                                                                                                     Cora Coralina

"No fi­nal de nos­sas vi­das não se­re­mos jul­ga­dos pe­los mui­tos di­plo­mas que re­ce­be­mos, por quan­to di­nhei­ro fi­ze­mos ou por quan­tas gran­des coi­sas rea­li­za­mos. Se­re­mos jul­ga­dos pe­lo 'Eu ti­ve fo­me e vo­cê me deu de co­mer. Es­ta­va nu, e vo­cê me ves­tiu. Eu não ti­nha ca­sa e vo­cê me abri­gou'." 
"O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá."              Madre Tereza de Calcutá

"Tudo o que possuímos duplica o seu valor quando temos a oportunidade de partilhar com os outros."                                                                                                                                             Jean Nicolas Bouilly

"Eles pensam que sou louco porque me recuso a vender os meus dias por ouro; eu julgo-os loucos por pensarem que os meus dias têm preço." -                                                            Kahlil Gibran

“Realize um ato aleatório de bondade, sem nenhuma expectativa de recompensa, sabendo que um dia alguém poderá fazer o mesmo por você.”                                                      Princesa Diana

Amar é doar-se: “O amor não é uma questão de obter o que se deseja. Muito pelo contrário. A insistência em sempre ter o que se deseja, em sempre obter satisfação, em sempre ser saciado, torna o amor impossível. Para amar, você precisa sair do berço, onde tudo é ‘obter’, e, crescer até a maturidade do dar, sem se preocupar em obter nada de especial em troca.” -                                                                                                                                                                                    Thomas Merton

"O sábio não acumula. Quanto mais ele faz pelos outros mais plena se torna a sua vida, quanto mais ele dá mais abundância gera." -                                                                                            Lao Tzu

"Na economia da dádiva, quanto mais damos, mais ricos somos." -               
Confia na tua convicção inata de que estás aqui na terra para algo magnífico, mesmo depois de tantas desilusões te terem dito que não és nada de especial."                        Charles Eisenstein

"Não tenho qualquer desejo por posses nem riqueza, e por isso não tenho nada. Não tenho a experiência do sofrimento inicial de ter que acumular bens, do sofrimento intermediário de ter que guardar e manter as posses, nem do sofrimento final de perder tudo que adquiri. Isso é uma coisa maravilhosa." -                                                                                                                       Milarepa

"MAIS FELIZ QUE AQUELE TEM MUITO TEM, É AQUELE QUE VALORIZA AQUILO QUE TEM!  "                                                          

"OS SERES HUMANOS SÃO A ÚNICA ESPÉCIE QUE PAGA PARA MORAR NO PLANETA TERRA"     
                                                                                  
"AQUELE QUE COMPRA O QUE NÃO PRECISA ROUBA DE SI MESMO."
                                                                                                                                                                
"AS PESSOAS MAIS POBRES SÃO GERALMENTE AS MAIS GENEROSAS."

"ESTAMOS TÃO PREOCUPADOS COM O QUE QUEREMOS TER, QUE AS VEZES NOS ESQUECEMOS DE AGRADECER O QUE JÁ TEMOS."                                       

"TUDO QUE PARTIR DE VOCÊ, A VOCÊ RETORNA; ENTÃO NÃO QUE SE PREOCUPAR COM O QUE RECEBES, E, SIM  HÁ QUE CUIDAR MELHOR DAQUILO QUE VOCÊ DÁ.     

                                                                                                                                                         Autores desconhecidos



"A humanidade se apaixona por finalidades irrisórias como a riqueza, a glória e o luxo. Desde moço já as abominava."                                                                                                          Albert Einstein

"Se pensas que o dinheiro faz tudo, acabarás fazendo tudo pelo dinheiro." -                 Voltaire


"O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará a felicidade."                                                                                                                    Carlos Drummond de Andrade

"Na economia da natureza, a moeda não é o dinheiro, é a vida." -                              Vandana Shiva


"Muitas pessoas gastam o dinheiro que não têm para comprarem coisas que não precisam a fim de impressionarem pessoas que não gostam" - Will Smith

"O caminho espiritual é verdadeiramente simples. É simples porque não tem a ver com adquirir, acumular ou alcançar nada. Todo ele se refere a abrir mão daquilo que não precisamos."                                                                                                                          Anam Thubten Rinpoche

O CAPITALISMO SELVAGEM




"A árvore não prova a doçura dos próprios frutos, o rio não bebe suas próprias ondas, e as nuvens não despejam água sobre si mesmas: A força dos bons deve ser usada para benefício de todos." 
                                                                                                                                           Sábios hindus

"Há uma espécie de pobreza espiritual na riqueza que a torna semelhante à mais negra miséria."                                                                                                                                                        Eurípedes

"Quando percebes que nada te falta, o mundo inteiro te pertence." -                                      Lao Tsé

"O dinheiro é a felicidade humana em abstracto; então, a pessoa que deixou de ser capaz de realmente desfrutar de felicidade humana dedica-se totalmente ao dinheiro."                                                                                                                                                                     Arthur Schopenhauer

"A simplicidade não se confunde com a simploriedade e a quietude não se confunde com a cultura do silêncio. A simplicidade tem que ser voluntária como a mudança de nossos hábitos de consumo, reduzindo nossas demandas. A quietude é uma virtude, conquistada com a paz interior e não pelo silêncio imposto."                                                                                                            Moacir Gadotti

"Que tesouro sem igual são as coisas que aprendemos a viver sem elas, pois nenhum ladrão poderá de nós tirá-las." 
                                                                                                                                                                                      Robert Brault

“As coisas que você possui, acabam possuindo você.” Tyler Durden, em Fight Club (1999)

"Tentar ser feliz através do acúmulo de posses é como tentar satisfazer a fome colando sanduíches em redor do corpo."                                                                                                         George Carlin

Um dia, na Grécia antiga, perguntaram a Sócrates: “Quem é a pessoa mais rica que existe?”. O filósofo respondeu: “Aquele que se contenta com pouco, pois o contentamento é a riqueza da natureza”.

Em vez de coisas materiais, colecionem momentos especiais!

Há pessoas tão pobres que a única coisa que têm é dinheiro!

"Uma vez fui a Victoria e vi uma casa muito grande. Disseram-me que era um banco e que os homens brancos colocam o dinheiro deles para ali ser cuidado, e que aos poucos pegam o dinheiro de volta com juros. Nós somos índios e não temos esses bancos, mas quando temos abundância de dinheiro ou cobertores nós damos a outros chefes e outras pessoas, e de vez em quando eles devolvem-nos com juros, e os nossos corações sentem-se bem. A nossa forma de dar é o nosso banco." -                                                                   Chefe Maquinna, Nootka

"Acreditamos que o amor pelos bens materiais é uma fraqueza a ser superada. Seu apelo é a parte material, e se permitirmos que continue, irá com o tempo perturbar nosso equilíbrio espiritual. Portanto, as crianças devem aprender bem cedo a beleza da generosidade. Elas aprendem a dar aquilo a que mais valorizam, para que possam saborear a felicidade de dar."                                                                                                                                           Ohiyesa, Wahpeton Santee Sioux

"Cada vez que gastas dinheiro votas para o tipo de mundo que queres." -                 Anna Lappe

"O tempo é mais valioso do que o dinheiro. Podemos obter mais dinheiro, mas não podemos aumentar o nosso tempo."                                                                                                          Jim Rohn

 "Não cresces ao adquirir algo nem murchas ao perdê-lo. Permaneces o que sempre foste." 
                                                                                                                                                                          Ramana Maharshi

"Não andemos tão ocupados ou vivendo num ritmo tão veloz que não possamos ouvir a música do prado ou a sinfonia que glorifica a floresta. Algumas coisas no mundo são muito mais importantes do que a riqueza, e uma delas é a capacidade de apreciar coisas simples."                                                                                                                                                                                          Dale Carnagie


"Quanto mais um homem diminui suas necessidades, mais se aproxima das condições divinas."
"Quantas vezes perdemos a vida alimentando os bolsos e nos esquecemos de alimentar nossas almas."                                                                                                                                                           Sócrates



Viver sem dinheiro: a estória de Heidemarie


Heidemarie Schwermer (67) trabalhou durante muitos anos como psicoterapeuta e professora em Dortmund, na Alemanha. Como a maioria das pessoas à sua volta, ela passava a maior parte do tempo trabalhando para ganhar dinheiro para poder comprar as coisas que precisava - e as que não eram realmente necessárias. Como psicoterapeuta, ela conheceu muitas pessoas deprimidas e frustradas, pessoas que trabalhavam excessivamente e possuiam muito pouco tempo livre, ou que eram pobres ou desempregadas e sentiam-se inúteis.

Heidemarie teve então a ideia de começar um clube de trocas, onde pessoas sem dinheiro podiam trocar objectos e favores. Através do clube de trocas as pessoas entraram em contacto umas com as outras de uma forma totalmente diferente. Sentiam-se úteis e dignas e apreciavam também o aspecto social. Passado uns tempos Heidemarie decidiu fazer uma experiência. Ela deixou o seu apartamento, deu tudo que possuia a amigos e começou uma nova vida baseada na troca de favores - sem o uso de dinheiro. O seu objectivo era consciencializar as pessoas para a sua relação com o dinheiro e consumo.

Inicialmente ela ficou com amigos e conhecidos, tomando conta de suas casas quando eles estavam de férias ou viajando recebendo em troca comida e um lugar para viver. Ela foi a inspiração por trás da criação de clubes de troca por toda a Alemanha. Escreveu um livro sobre a sua vida e o seu estilo de vida se espalhou. Há 12 anos que vive sem dinheiro e diz que nunca se sentiu tão livre. O filme Viver sem Dinheiro segue o dia a dia de Heidemarie e com ele ficamos a saber sua história e filosofia.

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